quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Dia do Blogue

Final de Agosto,de férias para muitos também, proximidade do regresso às aulas, datas comemorativas e bolos também!

Domingo, dia de casamento na aldeia!
Na época era comum fazer-se o banquete em casa. Assim foi. Era essa a vontade dos pais, principalmente dos pais do noivo e os pais da noiva concordaram.
Aos noivos não foi dada grande opção de escolha. Afinal eram os pais que pagavam a boda.
Nem na ementa, até porque o pai do noivo queria por força que dela constasse cozido à portuguesa. Azar! De entre tudo, magnificamente confeccionado, foi exactamente o prato que menos correu bem.

Sarrabulho também aconteceu! Não, não foi esse sarrabulho que todos conhecemos e tradicionalmente feito aquando as matanças do porco. Foi mais bolos!

A noiva manifestou apenas um desejo: mandar confeccionar o bolo em local escolhido por ela e que o mesmo fosse colocado numa mesa à parte e não à frente dos noivos como usualmente acontecia.
Horror!!! Que foi ela dizer!
Fora de questão.De imediato os pais do noivo disseram.
Ficaria mais dispendioso e a cozinheira, também doceira, fá-lo-ía muito bem.

Instalou-se algum mau estar.
Havia que agradar à cozinheira, não fosse ela, contrariada, empenhar-se menos na função.
Para colocar água na fervura a noiva concordou.
Falou com a cozinheira pois não queria ferir susceptibilidades.
Concordou. Porém, a gosto pessoal, insistiu apenas em algo, que o bolo fosse colocado numa mesa à parte.
Disseram-lhe que sim e o grande dia chegou.

Casados os noivos, chegou a hora do banquete.
Foi bonito de ver.
No exterior do local os convidados mais ao menos alinhados, davam passagem aos noivos. No interior, antes de chegar às mesas, as pessoas que iriam servir o repasto, dum lado e outro, muito bem apresentadas, davam as boas vindas a todos.
E que lindas estavam. Todas com lindos aventais brancos, previamente solicitados a familiares da noiva de localidade próxima.

Eis então que a surpresa acontece!
O bolo!
Onde estava o bolo?
Como a noiva tinha solicitado? Não.
Estava ali, na mesa dos noivos. Um livro era o seu formato.

Começou o almoço. Noivos e convidados bem dispostos.
A página tantas levanta-se o noivo e pergunta: e então, ninguém bate pratos? Eheheh... isto é que foi bater pratos! Não se recomenda,é certo. Não convém danificar a louça.
Mas bateram, uma e outra vez e sairam beijos. Dos noivos, dos pais, dos padrinhos e de outros também.

E docinhos de noz! Delícia das delícias, aqueles docinhos de noz, miniaturas magistralmente elaboradas pela cozinheira. Iguarias únicas que jamais irei esquecer.

31 de Agosto de 1980.
Faz hoje 36 anos.


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